Amor transcendental
Meus pés em vacilo
Caminham trêmulos
Sobre uma corda quarenta
Enquanto equilibro
Em minhas mãos
O cérebro e o coração
Que palpita sem medo
De um tombo
Uma desilusão
Os espinhos dolorosos
Que aprofundam nossas raízes
Nos aproximam
Aos poucos
Florescendo
Um ao outro
Em um amor doloroso
Mas dócil
E vistoso
Uma chama vívida
Nascida da mesma gema
Tocada pelo sol
E beijada pelo vento
Que envolve o momento
De uma vida
Num segundo
Estranho conhecido
De um choque existêncial
Um simples espelho
Da própria alma
Refletido no mar
Que banha a terra seca
Ao circundar a praia
Que de longe
Se entrega
Em ondas
De amor