Mr. ‘Don Jones’
Ontem disse-te não e você gritou-me: Seja maduro!
Como se eu ainda fosse fruta nova, verde e nodosa.
Mal sabes tu, menino amadurecido,
Que eu já sou é árvore.
Amadureci quando gritava-me: Suma!
Apodreci quando recusou-se a ver-me.
E aí caí, no chão frio e fértil da vida
E quando vi, brotei. Germinei-me mim e hoje já quase floresço.
Tu, feito em conserva ainda jovem, pobre,
Descascado em Narciso pronto e ácido.
Nunca vai saber o que ser doce,
Nunca vai saber o que é ser podre,
Nunca vai saber o que é ser além de você.
Afinal o que é amadurecer perto de frutificar-se?
O fruto antes achava que ser maduro era suportar.
Hoje, depois de anos de decomposições e composições,
Ele sabe se portar.