Mundo novo (at)
Cobiço ir-me enquanto oscila o destino
Que notei fulgindo na atmosfera
Nas planícies dum mundo distante.
Sairei da minha cidade ao entardecer
Na hora decadente com o belo a sonhar
Em meu povoado risonho.
Deixarei portas e janelas abertas
Para que todos me vejam sair
Verei Mulheres Reais vivas e serenas
Acenando para eu voltar.
Estará todo arcabouço preparado e feliz
Seguirei ao infinito dos sonhos
Com alma em busca de novos caminhos,
Certo de que ninguém deixei chorando.
Minha mãe está morta
E a mulher que amo não é mãe dos filhos meus
Eternamente amada, eternamente mulher
Certamente deixará que eu siga sozinho.
Sem consternação nem desgosto!
Ganhei de Deus a idolatrada...
Verei distanciar minha cidade
E logo os campos se abrirão em flores.
Aceitarei o frio ou calor, serei
Como um tronco a boiar no oceano
E se o acaso fizer alguém chorar
Eu volto, mas adeus jamais direi às planícies.