GELIDEZ

Dentre quatro paredes, tilinto...

O inverno se impõe, o frio é arrogante.

Minha alma está aflita, soluça diante

Dos espasmos do corpo ao sabor do vinho tinto.

Arrepios me congelam... Estou neve

Perante o espelho carrancudo que me assiste...

Tremo. Na voz embargada não há palpite,

Só a frigidez do tempo que não é leve.

Geada rabugenta arrebenta minha mente

E traz a aspereza que trota intermitente,

Deixando no olhar um codo de selvageria...

Granizos. Algidez me deixa a pele sem cor

E a alma, alucinante, é volúpia de cio e amor

Diante da nevasca que traça e desenha fantasia!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 24/12/2019
Código do texto: T6826257
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