Já não importa...







Nada importa se por acaso
Deixar-me ao abandono
Na beira do cais.

E neste teu gesto bruto
Meus olhos chorarem
As manhas frias dos chacais.

Não importa o temerário
Repouso do meu esboço
Ou as artimanhas das sombras
Profanas.

Não morrerei de tristeza
Na tua breve presença
Distante,

Se me fez feliz por longos
Breves anos ausentes
Não importa.

Esquece meu corpo translúcido
Opaco, simples orgânico.
Já sou um passado,em passos
Uma luz ao fundo,não importa.