Sabiá

Ah, sabiá do alvor... Fita esta treva!

Cobre a doçura que te eleva,

Repousa já o teu vão estribilho,

É dor que eu contigo partilho,

Pois sou a nobre memória do amor,

Que hoje é um catre e sem valor...

Resiste ao corvejar desta caterva,

O lume d'outrora? Preserva!

Fato é que não há sangue neste trilho,

Substância viva de honra e brilho...

Só verte a essência indigna do infrator...

Tomba-os com tua ode ao pudor!

Gabriel Zanon Garcia
Enviado por Gabriel Zanon Garcia em 20/12/2019
Reeditado em 28/08/2022
Código do texto: T6822990
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