FLOR DE CARNE

És a flor de carne,

Como uma alma transparente,

E com os teus olhos de vento,

Andas nas asas da vida

A procura do infinito.

E dentro do teu coração de cristal,

Suspiras pelo teu corpo de papel,

Com os teus cabelos de carvão,

Sonhas com árvores de cimento

E vês as fontes chorar

E observas as ervas a crescer.

No entanto as tuas mãos de cera

São como pinceis de vdro,

E até te parecem as hastes das árvores,

Mas tu sabes companheira

Dentro dos livros

Há tesouros meus!

Por isso, olha pra ti mesma,

Na escada está a chorar

A janela do meu quarto.

LUÍS COSTA

TÓLU
Enviado por TÓLU em 20/12/2019
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