E depois de tudo, e apesar de tudo, algumas palavras ainda nos revolvem por dentro. Porque delas irrompe a ardente nudez, a ação excruciante de desejo, cravada às raízes do sangue
— estrangulando os pulmões como um esparto de espinhos.
Palavras que trincam a porcelana do rosto, multiplicam as tensões, os choques, a tornar o poema obscuro.
— O que subverte, pernoita o espírito e medra como flagelos de têmpora a têmpora.
Então enquanto inutilmente se procura a palavra que caiba um peito inteiro dentro, sem uma única gota de sal, Deus dorme profundamente por nos ver fugir da dor selvagem, do lábio mordido,
— dos incêndios por trás das noites que cortam ao meio a nossa morte !
— estrangulando os pulmões como um esparto de espinhos.
Palavras que trincam a porcelana do rosto, multiplicam as tensões, os choques, a tornar o poema obscuro.
— O que subverte, pernoita o espírito e medra como flagelos de têmpora a têmpora.
Então enquanto inutilmente se procura a palavra que caiba um peito inteiro dentro, sem uma única gota de sal, Deus dorme profundamente por nos ver fugir da dor selvagem, do lábio mordido,
— dos incêndios por trás das noites que cortam ao meio a nossa morte !