Morada em mim

Tu chegastes, suave feito pluma,

Tão respeitosamente solicitastes licença,

E assim, adentrou na terra de meu coração.

Veja que tamanha gentileza!

Nada se compara em tais redondezas,

A condição especialíssima

Que o senhor causastes em meu ser.

Oh, tão distinto, senhor!

Peço-lhe, que demores e jamais parta,

Imprimistes com tua chegada,

Duradouras esperanças.

Logo tu, aceitastes desvendar mistérios,

E, até sujeitastes a navegar oceanos profundos.

Quem és tu, caro senhor?

Que tens posse de olhar penetrante?

Olhar que convida,

Essa senhorita a caminhar longínquos caminhos.

Vejas tu, admirastes minha morada e se preserva

Com calma nesses jardins, silenciosamente caminhas.

No princípio, olhastes as flores,

Jamais ousou tocá-las,

Concentrastes em contemplá-las.

Tão discreto senhor,

Certo dia fitou o céu e rogou a Deus,

Que fosse derramado chuva suave,

Regando as delicadas florzinhas,

Assim, milhares gotinhas espalharam,

Irradiando a vida.

Quão singela vivacidade arrebatastes,

Em um jardim desfalecido e desmemoriado

Tu paraste e sem pressa resgatou-o,

Enchendo de vida e cores o meu vazio.

As flores espalharam forte perfume,

Feito dança nos ares,

Envolveu o que encontrou pela frente.

Aconchegou minha alma

Transbordou-a em pura alegria

Inundou meus olhos de paz,

Irradiando meu riso.

Veja, senhor, não sou capaz de explicar,

Tua indescritível presença, em mim fizestes

Morada, abrigo como o envolto céu ficastes.

Recobrou com doçura, singelos afetos

Declarou as mais belas expressões

E sim, escolheu em mim, morar.

Lorena Borba
Enviado por Lorena Borba em 17/12/2019
Reeditado em 17/12/2019
Código do texto: T6821054
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