Maçã
Desatas-te os nós das minhas amarras
Em um silencio aflito
Comportado e presumido
Havia uma contradição naqueles gestos
Que me assustava e que ainda não irrompera
Havia muitas coisas
Para que uma fração de segundo
Pudesse dar conta
Havia o dilatar das veias
Em um fluxo frenético
Tentando compensar a fadiga
Que lhe fazia perder o ar
Tudo tão lento e apavorante
Que seu toque surgiu de forma violenta
A queimar minha pele
Que mesmo naquela aflição
Suplicava por mais
Lutando contra o próprio corpo
Uma batalha embevecida de silêncio
Travada nas trocas de olhares caprichosos
E toques sutis
Lento tudo era tão lento
Que a angustia me consumia
De dentro pra fora
De certo havia muitas coisas ali
Para somente uma fração de segundo