Maçã

Desatas-te os nós das minhas amarras

Em um silencio aflito

Comportado e presumido

Havia uma contradição naqueles gestos

Que me assustava e que ainda não irrompera

Havia muitas coisas

Para que uma fração de segundo

Pudesse dar conta

Havia o dilatar das veias

Em um fluxo frenético

Tentando compensar a fadiga

Que lhe fazia perder o ar

Tudo tão lento e apavorante

Que seu toque surgiu de forma violenta

A queimar minha pele

Que mesmo naquela aflição

Suplicava por mais

Lutando contra o próprio corpo

Uma batalha embevecida de silêncio

Travada nas trocas de olhares caprichosos

E toques sutis

Lento tudo era tão lento

Que a angustia me consumia

De dentro pra fora

De certo havia muitas coisas ali

Para somente uma fração de segundo

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 17/12/2019
Código do texto: T6821035
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