Hábitos
Partir, simplesmente cerrar as janelas do mundo
e apagar a voz. Caminhar como se vínculo nenhum
na vida se houvesse feito. Rumo a um horizonte ir,
sem saber o que há de se encontrar ou o que se deixou
que junto não se pode somar.
Sem dizer adeus, mais um caminho.
Nem mesmo os olhos se viram para vislumbrarem
a lágrima, que é dádiva de toda partida.
Ir... sempre a um braço que não existe.
Deixar... um dolente coração no passado.
Mais uma flor para as fotografias que junto
não se leva. Ficaram as traças, as tralhas e as misérias.
Mas esse constante partir deixa também a humanidade...
É um deserto que a cada dia aceita seu chão.