ARIDEZ NO CERRARDO

A sequidão ainda a porta

Lá fora, por aí, acinzentado

Espalha o sertão com vida semimorta

Brilhante o sol roborizado

A secura parece que corta

E o silêncio destrói...

À melancolia pouco importa

Em nada corrói

E aos sonhos, não comporta...

Aridez, rodeia a minha casa

Com uma manta marrom de poeira

Em algum lugar você dorme, em brasa

Em algum lugar, assim, como queira!

Não ao meu lado, desasa...

Junho se vai lentamente

Em algum lugar, longe

Como eu, o teu sono ausente

Inconstante, monge...

Você está em algum lugar

No meio da minha saudade

Não vai entender, vai julgar

Dessaber, do amor, deslealdade...

O vento está girando ao lado

O pequizeiro está tranquilo

O meu poema está fustigado

Embriagado a ilusão, com restilo...

Escassez, de você no cerrado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

13/12/2019, cerrado goiano

Vídeo YouTube

https://youtu.be/tJmCL6Fn2fs

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 14/12/2019
Reeditado em 21/12/2019
Código do texto: T6818974
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