Helena II
Helena, querida!
Às pressas, escrevo-te não em prosa, mas em rima.
Tu que deste tanto amor a mim,
concedeste felicidade a esta alma há tanto ida.
Coloco-te sobre as cousas acima
— e peço que o faças outrossim.
Pois quero ver-te a beleza crua
(e que ela nunca se obstrua!).
Deixo-te meu sincero convite:
Está tu na Sé, à noite, a par do meu limite.
Lá estarei e será o nosso zênite.
E, ó que belo, à alvorada!
Que lindo será, Helena!
Como serei feliz a par de minha namorada!
(ANTÓNIO DA GAMA E BRAGA)