Lobo solitário

Nas curvas do seu corpo, encontrei uma colina

onde as aves de rapina copulam

e os lobos fazem morada.

Em sua boca,

encontrei o gosto amargo do bom vinho,

e o gosto doce do alpino

Então, em teu seio fiz um ninho

e afoguei minhas mágoas.

A carência me destruiu

Quem diria,

eu, o lobo solitário

fugindo da matilha,

em seu colo encontraria

um refúgio solidário.

Mas, o tempo passou

O tempo,

nosso maior adversário

Ele me tirou do relento

e assim, me provou,

que mais uma vez, eu fui um otário.

Eu fui o seu otário...

Às vezes, o pássaro precisa cair do ninho

para aprender a voar,

mas o rodamoinho

que sacudiu meu mundo

me fez, no amor, desacreditar.

Mas, o amor é algo voluntário

Não se pode obrigar a amar

quem não quer te amar.

Por isso, decidi partir

Abandonei sua colina,

Agora, frequento um bar em cada esquina

Voltei a ser um lobo solitário.