Que existas
O que rasga dentro de mim
É apenas
Uma voz gritante
Como eco perdido
Entre os montes
Erguidos por séculos
De existência
E agora
Reconheço-me
Em teus olhos
Que parecem antigos
E envelhecidos
Pelo tempo
Que nunca vivemos
Teu toque
Parece o ontem
Vestindo
O figurino do hoje
Em veludo escarlate
Acalentando
A dócil alma
Tua boca
Parece o desenho
Ardente
De um cravo
Que dissolve
Aos poucos
Meus sonhos
Não preciso de atitudes
De mudanças
Ou de qualquer outra circunstância
Tudo que meu pulsante coração
Deseja infinitamente
É que você
Exista