Doce Desassossego
Aquieta-se o Tempo
Na poeira adormecida
Nos cantos das molduras,
Na taça de cristal
À meia -luz
À espera do vinho,
Enquanto,
A Saudade disfarçada
Em insones poemas
Pincela em mim
Ponto e vírgula,
Em nuances dos teus beijos...
O Tempo aquieta-se
No silenciar das teias de aranha
Repletas de sonhos
Aconchegados
Ao antigo cavalete...
O Tempo aquieta-se
Em diáfanas reticências
Ao espiar meus versos
Ausentes de rimas -
Doce desassossego...
O Tempo dobra
Sem pressa
As manhãs chuvosas
Em tons de gris
Entre as folhas do bambuzal -
Bem - te - vi em silêncio
Admira-se o Tempo
Ao sentir
Na curvatura do sino
Sons da poesia sussurrada -
Carícias do vento...
Permanece o Tempo imerso
No pulsar das horas,
Inebriadas - equilibrando-se
Entre as cordas
Da Lira de Quíron...