ACORDE PARA O AMOR.
Hoje eu acordei diferente, como se de repente esta noite tivesse me transformado, ou sei lá o que. Acordei querendo saber as respostas, querendo adiantar o tempo pensando como seria meu futuro e a tua influencia as minhas propostas, ao mesmo tempo queria retroceder e voltar as minhas reminiscências. Lembrei-me de tudo o que passei desde os sofrimentos, os lamentos pelas perdas, ás alegrias, as paixões, e os Amores, tudo no mesmo estado comparativo ao coração. É como discutir consigo mesmo a própria relação.
Percebo agora que a vida é um estado natural, e me questiono o que é o ideal, e porque as coisas tão boas assim como o tempo são passageiras? Porque o que conquistamos com muito esforço se vai há instantes, e num piscar de olhos se vão por inteiro? Penso, qual seria o sentido de estar aqui sempre com pensamentos meteóricos?
Confesso que ainda não sei, sei apenas que se não fosse o meu discernimento metafórico, não sei como faria pra me guiar nessa estrada escura, onde mesmo agora ainda não sei caminhar sem uma procura, do que seria da minha vida? O que geraria a minha revelação, ou uma reação se não me exprimisse no que escrevo por abstração?
Tive uma conversa comigo mesmo e fiz diversos questionamentos:
Porque quase sempre somos injustos uns com os outros e ao mesmo tempo invulgar? Insistimos em julgar e condenar se nem mesmo entendemos as nossas próprias leis. Porque escolhemos tanto, e esses tantos, são certos que não vem nos fazer bem, e em nada vai nos provendo? Porque quando escolhemos entre o certo e o errado, o errado acaba prevalecendo? Porque achamos que só nos cabe o que é certo para nós? Será que somos sempre os mais certos? Será que as chances que deixamos de segurar nos farão faltas depois?
Essa resenha me acompanhou a noite inteira, e fiquei com isso na cabeça querendo encontrar uma maneira, será que é preciso eu me entregar de coração, mesmo àqueles que eu descubro não ter o merecimento dessa dilação? Será que devo me comportar como o nascer do sol sempre em direção ao alto, e desaparecer com o passar do tempo sem sobressalto, para renascer no outro dia, e esquecer o que eu realmente quero, e me esmero pra saber o que as pessoas querem em sua agonia?
Recordo as marcas do belo que se foram onde eu atravessei, nos rastros de Amor que deixei, por lugares que passei, e afixei raízes de afetos, surpresas e revelações, e por entre as insignificâncias que fazem a diferença, mantenho acesa as minhas convicções, procuro expandir as minhas emoções, mesmo quer seja por um instante, ou mesmo alguns segundos apenas, ou faze-los durar bastante.
Há sempre uma veemência nos sentimentos que o tempo não registra, pois ele pode perdurar por todo o momento em que a vida persista, em fazê-lo perenal, já que por mais que o tempo passe em natural, nele não cabe essa tal felicidade absoluta, mesmo que nunca fujamos a essa luta.
E toda e qualquer verberação que me é feita, procuro meditar, comparar ideias e ideais nesse meu raciocínio que me faz correr, atrás das perdas e danos, que vislumbro ser necessário recuperar, e me oferecer, mesmo que seja só para um abraço insano, um ouvir, uma troca, em falar coisas boas, ou só mesmo escrever.
A singularidade da vida em sua movimentação é tão curta, para pensarmos somente em nós, mesmo nessa solidão atroz, que confesso que se você não existisse no mundo, eu não seria feliz e muito menos facundo, e mesmo diante de tudo, acabei voltando a ser só.