A materialização do amor
Certa feita quiseram materializar o amor.
Disseram que ele seria desta e daquela forma, e que precisava ser objetivado,
pois nada que não é objetivo pode ser precisado e sentido.
Que sua face – a do amor – precisava ser vista, mas que, abstrata, impossível tal realização.
Mas o amor, gentilmente, não conformou-se;
disse que é da sua natureza não ser especifico, e que objetiva-lo seria torna-lo inócuo,
já que ele, em sua própria essência, só podia ser livre;
disse que, em seu imo, jamais aceitaria afetar-se a um receptáculo, mas que não bradaria o contrário,
pois é o amor.
E os que queriam materializá-lo, então, compreenderam
que é impossível especificar o que é inespecificável.
E que o amor, como tal, não podia adestrar-se às angústias humanas, pois, se o assim fizesse, não seria amor.
E que dentro do amor não cabe outra coisa,
senão amor.