O Último Grito
Lábio vem no teu ultimo grito de guerra,
na loucura de devanear
sabia o amor ao abrir sua janela
a fuga da luz para as sombras da terra
a penumbra espreita as raízes, a paixão.
No riso agudo do cume do penhasco,
as pedras que rolam no chão,
das palavras não faladas, as mãos inquietas
ora abertas, ora fechadas, as densas cercas do abandono
nunca mais a tomarei em meus braços
nem pegarei em tuas mãos.
A pele risca como sabes, é chegada a hora
se toda a dor que a gente sente
é a mesma que de repente não fica, mas
também não quer ir embora.
E não se sabe por que chora
um choro convulsivo e quente
balbuciando palavras eloquentes
pela paixão que não morreu outrora.
A tristeza que ecoa neste ultimo grito
que ninguém diga que eu exorbito
pois na dor da minha pele arrancada pelo vento
hão de escutar com os ouvidos os lamentos
lancinantes a romper as barreiras do infinito.