O Último Grito

Lábio vem no teu ultimo grito de guerra,

na loucura de devanear

sabia o amor ao abrir sua janela

a fuga da luz para as sombras da terra

a penumbra espreita as raízes, a paixão.

No riso agudo do cume do penhasco,

as pedras que rolam no chão,

das palavras não faladas, as mãos inquietas

ora abertas, ora fechadas, as densas cercas do abandono

nunca mais a tomarei em meus braços

nem pegarei em tuas mãos.

A pele risca como sabes, é chegada a hora

se toda a dor que a gente sente

é a mesma que de repente não fica, mas

também não quer ir embora.

E não se sabe por que chora

um choro convulsivo e quente

balbuciando palavras eloquentes

pela paixão que não morreu outrora.

A tristeza que ecoa neste ultimo grito

que ninguém diga que eu exorbito

pois na dor da minha pele arrancada pelo vento

hão de escutar com os ouvidos os lamentos

lancinantes a romper as barreiras do infinito.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 04/12/2019
Código do texto: T6810607
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