Ardia. E era como se amealhasse a vida
ou roçasse a morte
. E ainda assim,
era indecifrável, como tudo que o é,
como tu e eu e as estrelas à noite


Me sangrava imponderável lua vermelha,
ampliava as dores e os incêndios das mãos,

me convidava a viver sem chão,
entre a aridez e o oásis,
entre as intersecções e os afetos,
à revelia de quaisquer fronteiras,
em exílio invisível e profano
 
E ali, sem ter pra onde fugir
da pele úmida, do ventre embriagado,
e da boca fresca ao mosto das uvas,

aprendia, à carne viva,
o peso e o suor dos meus sonhos  .

 






 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 03/12/2019
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