Peça de um amor maior - parte um
Quem é que constrói um mundo sob a perspectiva do homem?
Coloquei fogo na serpentina e o foguete subiu
Escalando as mais altas montanhas já vistas
Foi assim que meu coração sucumbiu
A cada batida do coração uma nova emoção
Retrato colado na parede já não faz mais sentido
De quem um dia fez tudo por mim
De um coração enfraquecido e sofrido
Em órbita sobrevoando todos os cenários da minha vida
Caindo em espiral tive que te largar
Durante anos usei todos os meus recursos
Para que você fique com o meu melhor sem nem pagar
Passei a adolescência correndo atrás de pipas
O sonho da década de noventa nunca aconteceu
Arcada dentária preparada para comer carne
Para um futuro mais escuro que o breu
É uma linha tênue que divide a interpretação
Sobre o que é o humano e o que é o selvagem
Sobrevivendo a cada minuto com seu corpo morrendo
Velho marinheiro se recusa à ancoragem
Preso nessa dimensão procurando receitas de beleza
Nem os cinco movimentos irão me salvar do destino
Hoje vivo o presente de riqueza sem ser alteza
Destruído, caído, marginal e clandestino
Você vai reconhecer quando me ver
Não tem nada demais na minha pessoa
Mas quando estiver comigo
Vai sentir o coração que ressoa
Esperando por marcar aquele verão indiano
Para recuperar todo tempo perdido
Sair em busca da essência colorida da vida
E torcer para nosso amor não ter retrocedido
Tudo isso vai e vem como maré
Afundando quando não da pé
Não adianta dar ré
Você quer
Por que você não jogaria o meu jogo?
Feito sob medida com tanto carinho e dedicação
Jogando dados, roendo as unhas e esperando
O que se tornaria a sua maior desilusão
Por fim, as memórias de outrora mandam lembranças
Subindo devagar, descendo subitamente com a vergonha
Dançando pelos palcos antes iluminados
Se envergonhando com a cara medonha
O tique taque avisa que estamos chegando ao fim
Você não vai mais querer saber de mim
Não sei se volto mais, fui viajar
Se eu aparecer, mande eu voltar