Morada

Mora em mim um sentimento doce

E ao mesmo tempo forte.

Uma força que me ordena

E ao mesmo tempo me pede

Com leveza

Que te leve,

Em meio à correnteza que vem ao contrário

E o contrário vento,

Por mais forte que pareça,

Nos impulsiona a voar ainda mais alto.

Mora em mim uma certeza

Absoluta em suas dúvidas,

Uma dádiva divina,

Digna de suas lutas

E enquanto pensa, astuta,

Enxerga nem ti a razão para continuar lutando.

Mora em mim a mais alta complexidade

Que clama por verdade

E que contra mim mesmo luta.

Ela quer simplicidade,

Veja que digo a verdade:

Ela achou em seu coração

O mesmo fogo que em mim arde.

Mora em mim uma necessidade,

Aquela que digo sem maldade

Que te peço vez ou outra.

E mesmo sem achar que mereço,

Sei que "simples" pra ti nem sempre é o mesmo,

Mas enquanto te procuro,

Mesmo vendado no escuro,

De longe já te reconheço.