Minha menina
Ela está perdida num tempo que não conheço,
E presa dentro de mim de um jeito estranho,
Me visita nas noites frias, alegra, e me deixa triste,
E me desespera na saudade de algo que não existe,
Abre a geladeira, fecha a porta, joga as meias no chão,
Me sorri no canto, no alto, do lado, deitada,
Apaga da minha memória as tristezas,
E cria um desejo estranho de não ter certeza,
Porque caminha sozinha, se quero te dar minha mão,
um vento de pipa, um abraço, todo meu coração?
Porque choras se quero rezar por você, que não vem?
Só quero te dar um amor do tamanho da imensidão.
Me mostra um caminho que achei que não existia,
Deixa eu medir os riscos de nossas mãos, a cor dos nossos olhos,
O tamanho das nossas orelhas, de nossos pés,
Exista pra mim, nesse amor, como chão pra quem anda a pé,
Como Deus pra quem tem fé.