Desespero
No desespero
Fomos
Para onde nunca julgámos ir
Mas não voltamos a tombar
Porque não tínhamos mais chão para onde cair
No desespero
Os sonhos eram feitos
Daquilo que nos restava:
Um pouco mais
Do que nada
Mas voltámos a sonhar
Porque como tudo nos tinham tirado
Nada mais nos podiam roubar
Por isso andávamos
Sabendo que não nos iriam parar
Sonhávamos
Tendo a certeza
Que a esse sonho belo
Não iria suceder um pesadelo
E amávamos
Como se o mundo nunca fosse acabar
Porque se o anterior tinha morrido
Este ainda estava a começar
Por isso nunca fomos tão felizes
Como no Desespero
Simplesmente
Porque olhámos bem nos olhos
O maior dos nossos medos
E este não nos conseguiu destroçar
Aprendendo que quem sobrevive ao fim
Só tem um destino: recomeçar...