O Meu Amado Em Versos
Mãos
Como andarilhos que passeiam sem pressa,
Que sabem o caminho certo,
O tempo exato de chegar.
Suas mãos são versos livres.
Sentimentos contidos nessa pele branca.
Quando tocas em mim,
Deixas marcado na alma minha
Uma poesia eterna.
Pele
É na maciez da pele tua
Que minha “morenice” perde-se em encantos
Deslizar entre as poesias de Neruda,
Mergulhar despida no mar da Ilha Negra,
Deitar na relva e nomear as estrelas
Nada.
Nada disso me é tão saciável
Quanto a maciez da pele tua.
Boca
Passaria a eternidade apenas admirando-a
Desejando-a como desejo minha própria vida
Extremos unidos nessa abertura rósea
O pecado e a virtude de ser
Possuída e depois imaculada
Pelos lábios teus.
Braços
O porto mais seguro
Que meu corpo,
Que minha alma,
E minha poesia
Encontraram.
Repousaram.
Saciaram-se.
Não me solte nunca mais.