Hoje eu vi o amor
Hoje eu vi o amor,
ele passou por mim quando eu menos esperava,
sorriu de uma maneira singular que me fez sentir em nuvens
o próprio, o sentimento tão esperado: o amor!
E assim, como quem não quer nada, segurou pela minhas mãos e me puxou,
levou-me a enxergar paisagens que haviam dentro de mim, mas eu não conhecia,
a natureza humana por tantas vezes rascunhada nas folhas do caderno ganhou novo significado...
E ali, como quem contempla o horizonte, vislumbrei as mais lindas paisagens,
de repente, então, luzes que cobriram o céu dos mais variados tons,
e vi as nuvens se aglutinando e formando figuras magníficas do tamanho sonhos que um dia preencheram minhas tardes,
senti a brisa me tocar levemente a face.
Senti que o sol não era mais sol
e a lua era um pedaço do infinito colchão em que me deitava quando criança,
acordei com lágrimas nos olhos,
eu vi o amor de perto e sequer pude tocá-lo,
é como se quisesse apenas ser visto, não tocado.
Despertei do sonho, mas tornei a fechar os olhos,
e estávamos observando o pôr-do-sol no fim do mundo,
local em que tudo é belo e nada é fugaz,
é possível ver a fronteira onde o sol se põe e as estrelas assumem o seu lugar majestoso,
enquanto aquele repousa, elas brilham vivamente colorindo o céu,
piscando e acenando como o brilho que só as estrelas tem,
minha visão se concentra em tudo sem perder quaisquer detalhes,
não enxergava nada além de estrelas e o céu,
o tempo - oculto para minha compreensão, parecia congelado,
porque o sonho manifesto é quadro pintando à mão,
é um poema escrito com a pena do pensamento,
para sempre eternizado em palavras que fulguram no céu de meus pensamentos, e lá assume a forma da estrela mais linda,
que brilha e emana seus mais ternos pensamentos,
e o poeta que contempla sem entender as estrelas,
deixa que seu coração derrame as gotas de sentimento em seu caderno velho,
agradece a oportunidade ofertada, e se esmera em sua arte,
canta e dança o momento de êxtase supremo.
Hoje eu vi o amor, e pude ser seu amigo,
ele vem me buscar todas as manhãs,
e sentamos à beira-mar,
e tomamos café ao som dos pássaros que amanhecem,
e sentimos o sopro da brisa matutina nos refresca com seu hálito fresco.
Hoje eu contemplei a figura mais bela,
havia nela a singela doçura de um sorriso de criança,
um brilho ímpar emanado de seus olhos me iluminou,
uma esperança que dilatou minhas perspectivas, correu para os meus braços, e depois fugiu...
Hoje eu vi a realização de um sonho,
hoje eu vi o amor do eu-criança desabrochando, e,
assim como tal, vestira-se de maneira despretensiosa,
sem a preocupação com o exterior que tanto a vida adulta se ocupa,
e o menino que em mim jazia adormecido, saiu correndo, ainda com as pernas bambas, caiu, levantou, sorriu, e continuou...