Saudade daquelas tardes,
da afeição súbita e veloz,
de quando dissipávamos a distância
e descontávamos o tempo

Saudade de quando revelávamos as dores,
[não tenho saudade das dores...],
mas da troca de experiências,
da mão estendida, do colo, do afago,
da afinidade e até dos silêncios,
de quando nos enredávamos a imaginar,
[almas em transe e suspensão],
sabemos, havia algo inexplicável ali

Saudade daqueles dias
em que escrevíamos poesias juntos
e juntos ríamos de tantas bobagens

Saudade da tua voz ao telefone,
[da doçura absurda por trás da força],
que arrastava o meu sangue à garganta,
quando desenhavas paisagens nos meus olhos
e ventavas poemas nos meus cabelos
 
 
Saudade daquela nossa amizade,
de quando
eu ainda não te desejava nu em pêlo .

 






 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 11/11/2019
Código do texto: T6792338
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