Noites de Viração
Nas noites de viração
Ponho-me a tremer
Com a tez ardente de febre
Deito-me ao anoitecer
No mundo dos sonhos
Orfeu me oferece o deleite perpétuo
Descanso meu corpo tranquilo
Nos Elísios paraíso dos eternos
Encosto-me minha cabeça no ventre macio
De uma ninfa deleitosa
Seus cabelos tocam delicadamente o meu rosto
E de sua boca saem palavras exitosas
E em seus lábios tão desejosos
Vejo os prazeres que os deuses tem
Ser eterno em um mundo de satisfação
É um desejo que tenho também
E nessa noite de viração
Ponho-me a perguntar por que os sonhos tardam em chegar
Melhor seria se os sonos eternos fossem
Assim a morte não viria a nos incomodar
Oh ! deuses por que só os prazeres estão reservados a vós ?
Pobres almas mortais estão destinados a uma realidade crua e dura
A imortalidade é algo apraz exclusiva dos deuses
Enquanto a humanidade não entender a ternura
E nessa madrugada acordo
Molhado pela febre passada
Agradecendo aos deuses
Por ao menos sonhar noites tão desejadas