SERENATA DE OUTRORA
Avança a noite, silenciosa... madrugada fria!
Distante, ouve-se uma maviosa voz a cantar;
Um seresteiro, apaixonado e triste, espargia,
Trovas de amor para a dileta amada extasiar.
Da sua janela avistava-se uma luz em clarão,
Que a jovem fazia em constância se notar,
Serenata de amor, sob esplendorosa canção,
E o trovador em deleite, iniciava o versejar.
Em lentidão, a lua cheia no céu transparecia,
Deferência do luar ao apaixonado seresteiro,
O som do pinho, melodia que sua diva ouvia,
Acordes divinais para um amor alvissareiro.
Musical nostálgico com requinte de fagueiro,
Fazia do cupido fonte de toda sua inspiração,
Arpejo ditoso o seu mais fiel companheiro,
Aos braços da amada entregava seu coração.
Quem não se lembra das antigas serenatas,
Ou nunca ouviu do menestrel o seu cantar,
Não sabe como é lindo o amor em cantatas,
Poemas que os jograis passavam a recitar.
Se hoje ouvir a voz sentida de um trovador,
Com toda certeza há de muito se encantar,
Como românticas eram as frases de amor!
Nos idos tempos das donzelas a enamorar.
Seresta! Hoje já não tenho mais o que falar,
Saudades dos tempos enlevados de outrora,
Recordatórios momentos... passo a lembrar,
Eu tão feliz era! E somente vim sentir agora!
Riva. 031