POR AMOR

Quando a nuvem da tormenta desce

além da conta

a agonia cresce,

então faça de conta

que você é o próprio horizonte,

clareie a estranha teia

que impede que o sol desponte

volatilize a tristeza no mar da alegria

libere a onda que espraia e beija a alva areia

o tempo anestesiará o malsinado dia

pesadelo é passageiro,

grite no vento o seu alento

dissipando esse tormento,

se precisar de um toque alvissareiro

estou aqui a seu dispor

por inteiro

por querer e saber

que ainda me tens amor;

Mas se por ironia do destino

estiveres fora do alcance de minha retina,

ainda assim, longe ou perto

o poeta, o homem, o menino

seguro e certo

e como se fosse o primeiro

continuará ao seu dispor

o pesadelo é passageiro

não o amor...