Um passo a frente.

Algo rasteja entre os meus pés.

Parecem raízes, saindo de uma cova.

Eu nem se quer olho para baixo,

São as lembranças de você.

Nada que um passo a frente não resolva.

Lembro de quando as lembranças ainda eram algo vivo.

Morreram como flores murchando.

Eu abri uma cova funda para enterrá-las.

Até mesmo chorei sobre o túmulo.

Aos poucos, eu caminho para frente.

Eu não posso mais chorar.

Pois, sei que choro sobre o meu próprio túmulo.

Há tempos você seguiu em frente,

Eu fiquei com as lembranças,

Agora, eu as enterro.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 06/11/2019
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6788213
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