MARANHÃO
Nunca teus beijos foram tantos
Nem menos do necessário
Muito pelo contrário
Foram suficientes
Do teu amor não me espanto
Do teu corpo quente
Pregado ao meu
E quando penso que morreu
Na fria noite te penso
Como uma ferida crônica
Que se vai
E depois volta a tônica
Nunca as lembranças se somem
Somando-se as danças
Dos abraços do desespero
Da falta que me faz teu cheiro
Do beijo no traviseiro
Nunca sei o tanto da distância
Me parece imensa
Como o tamanho da saudade
E quando se vai vaidade
O choro aparece
E no silêncio tudo acontece
O vazio da alma
A esperança se acalma
A solidão sobrevive
Melancolicamente triste
O amor que não existe
E permanece e insiste
A quarenta anos pensar
Isso sim é amar
Lá deixei meu coração
No São Luís, Do Maranhão.