Rosas

Encontra-me na esquina de nosso desencontro, liga-me em meu número perdido, diga-me que ama o nosso desamor, seja feliz em seus caminhos infelizes. Volta no dia de nunca mais. Os espinhos lavaram a minha mão...maldita mão que te acariciou um dia!

É da terra que brota a praga apocalíptica, que devora a vida que germinou. O céu está turvo para refletir sua falsa beleza, na mesa que comia, agora se comem quatro e no cardápio de hoje será sopa… Sopa de palavras vomitadas ao molho de rosas.

Nascera rosa sem espinhos, aquelas que se dão para o infeliz do iludido, que resistem até a página dois (2) dos não contos de fadas. Fora covarde de plantar ao pôr do sol mudas espinhosas em meu coração.

Floricultura ambulante, em meu olfato penetrava a umidade de suas terras inférteis. Rosas embaçadas, foscas, sem brilho, opacas, nascidas entre paus e pedras. Delas brotaram espinhos venenosos, que rasgaram e contaminaram a minha carne.

Jorge Barbosa

30/10/2019

Jorges Barbosa
Enviado por Jorges Barbosa em 05/11/2019
Reeditado em 26/07/2022
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