COSMOLADRÃO

O anjo enroscado no galho da árvore

cantachamas brotado de flores e legumes

pelo corpo estrelado de infâncias

Como a rosa de todos os pecados

aliso o sexo sobre tua foto

ao teu nome os céus permitem

as devassidões mais originais

públicas

porque minhas

sou um homem brutal

espancados verbo e ilusão

reintegrado ao mito,

e se desembainho a lágrima

sideral

é porque nenhum caminho

limitou a minha fúria,

apenas cabe a mim lembrar

estou vivo antes do percebido

imigrante do amor vidente

porque só o teu ventre

me conteve

e desde que me lambuzei

na vertigem do possuir-te minha como saciada

sou teu como o pássaro alucinógeno do sonhar amanheceres

cosmoladrão

como um anjo roubando néctar

do beija-flor

amante porém conspirador