Reflexão das onze

Já passam das onze de um dia sem fim

Me levanto como quem se deita

Olho para mim mesma no espelho

Sorrio

Tudo está como deveria estar

Olho para ele ,

imagino que nada no mundo é tão maravilhoso

Nem mesmo o céu estrelado de Van Gogh

Nem mesmo o sol

Nem mesmo a lua

Nada se compara com sua beleza

[Sua face se ilumina ao sorrir

Penso que talvez nada exista de fato

Ou talvez exista

Penso como em todos os dias

Penso até perceber que ele me olha

Me observa como quem lê a alma pensante que existe dentro de mim

É como se fosse inevitável

Leio um livro cujo o final foi guardado

Minha mania de não gostar de fins

Afim de viver para sempre com a incerteza da dúvida

Percebo que bons finais condizem com bons momentos

E nada no mundo se compara com bons momentos seguidos de explendorosos finais

O tic-tac do relógio me faz abir e fechar os olhos

Em um piscar o dia se aproxima do fim

Olho para ele ,e percebo que logo deixarei de contempla-lo

A saudade me invade como se ele já estivesse a quilômetros de distância

Nada é capaz de descrever a angustia que a sua partida representa

Já passaram das onze de um dia sem fim

Que carrega consigo as incertezas da vida

Me deito como quem se levanta

Sonhando com as certezas que um dia ei de ter

Apenas uma é momentâneamente irrefutável

Ele continua sendo extraordinário

Quando Fui Chuva
Enviado por Quando Fui Chuva em 05/11/2019
Reeditado em 06/11/2019
Código do texto: T6787421
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