Meus amores, eu bem sei
Não sei quantos homens eu amei, mas vou chutar vinte e sete.
Um número aleatório que coloquei na minha cabeça, pra tentar começar a história...
Aos 4 anos amei o Caíque, que em seguida veio a ser o meu primeiro beijo. O Caíque era meu melhor amigo, talvez o único amigo que tivesse. E eu o amei de verdade. Infelizmente, meu pai se mudou de condomínio e perdemos o contato... Achei que nunca mais fosse amar como o amei.
Estava certa.
Na escola, amei o Jonathan, mas certamente ele não dava a mínima pra mim.
Em seguida, amei o Darlan, ele era mais velho que eu, me usava pra dizer pra todo mundo que namorava com duas meninas (ele achava isso legal).
Amei o Felipe (coxinha o apelido dele, há quem diga que ele vendia coxinhas para a mãe dele e outros que a cabeça dele era nesse formato), amei ele até o dia em que ele quis me levar pra casa, no mesmo dia que a namorada dela veio me bater, e eu nunca apanhei tanto como aquele dia, até hoje, nem sei ao certo o motivo, sendo que eu não enganava ninguém, e eles saíram de lá juntos - eu nunca nem o beijei.
Amei o Apollo, ele amei em segredo. Só expus o sentimento quando ele ia se mudar. E nos amamos a distância até não nos amarmos mais... Mas confesso, se ele passar na minha frente, volto e o amo novamente.
Amei o Victor (Nossa amei demais esse garoto), ele dizia que me amava, só que me amava escondido, até amar minha amiga na minha frente, como se não tivéssemos nem nos conhecido.
Foi nessa fase da vida que comecei a desacreditar do amor, mas amei de novo.
Amei o Romeu, com toda a inocência de quem acredita no verdadeiro amor, do jeito mais sincero, planejei meu futuro ao seu lado, mas como minha sina... Ele me abandonou, pra ficar com a Grazielle, me arrepia lembrar que eles eram um casal de invejar, mas ele também deixou de a amar.
Depois, amei o homem que destruiu minha estrutura de todas as formas que não seria capaz de imaginar, ele, o pai da minha filha, me fez o amar com todo o amor de todos os outros e simplesmente me jogou fora. Pra ficar com sei lá quantas...
Esses foram os amores que marcaram com nome minha vida, mas fora esses, amei o menino da padaria, o meu colega de trabalho, o menino da esquina, aquele que pegou o ônibus comigo, o que me elogiou na balada, o Rodrigo, O Ericson, o Henrique, o Gabriel, o Patrick, o Felipe, o Fernando, o Bruno, tantos outros que não lembro o nome...
Por incrível que pareça, amei todos de maneiras diferentes, por momentos, por instantes, por olhares...
Amei tanto todos eles que esqueci de me amar, a ponto de agora compreender que ninguém pode amar aquilo que não é amado.
Se nem eu me amo, como posso querer que outra pessoa me ame?
Tá explicado! Não fui largada por nenhum deles, fui largada por mim mesma. Me deixei a beira da lareira, na parte que não gela e nem queima - a pior parte, a parte morna.
Quem gosta do meio termo não sabe o que é fogueira.
Agora sim, tô pronta pra amar. Sozinha eu já me queimo inteira.