Ó calor
Ó calor imputável que me fere a alma sem cessar. Me nego o frescor de uma qualquer. Arremata meus últimos transpiros como a sede irrefreável de um vampiro. Venhas então com força, com todo seu calor irreversível, não procurareis sombra e nem alento. Não poderás a mim dobrar e muito menos acalentar, mesmo com toda sua força de verão, de muitos sois juntos poderão vir sem perdão, mesmo que a noite nunca me chegue e tu ficar ao ponto alto o dia todo, mesmo com todos os graus que quiser me ceifar e nem mesmo vou querer me refrescar. Tu grandioso sol, poderás a mim queimar, secar e torturar, mas nada me serás efeito se ela nunca voltar