PORTA-RETRATOS

A recordação da felicidade já não é felicidade;

A recordação da dor ainda é dor.

George Lord Byron

Levo em porta-retratos vívido

As primorosas inefáveis imagens

Por mim

Reificadas e asiladas.

Sobre a estante serena do tempo

Enternece a mais bela feição

Por mim

Retratada e mirada.

Entre adornos de passado fulgura

A mais pulcra e facúndia alma

Por mim

Cativada e entranhada.

Emoldurada em saudade cáustica

Está a mais intensa lembrança

Por mim

Arraigada e amada.

Dependurado está, na parede da ilusão,

O patenteado mais doce beijo

Por mim

Acolhido e compartilhado.

Nesta parede finco o prego da expiação

Onde em espera amena clamo

Por mim

Suspirando em comoção.

Que ao findar meus dias... que já foram nossos!

Este porta-retratos que nos porta,

Por tudo,

Simbolize nosso amor.

Nossa dimensão.

Nosso tantra.

Eu-Sou!

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 29/10/2019
Reeditado em 02/11/2019
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