PORTA-RETRATOS
A recordação da felicidade já não é felicidade;
A recordação da dor ainda é dor.
George Lord Byron
Levo em porta-retratos vívido
As primorosas inefáveis imagens
Por mim
Reificadas e asiladas.
Sobre a estante serena do tempo
Enternece a mais bela feição
Por mim
Retratada e mirada.
Entre adornos de passado fulgura
A mais pulcra e facúndia alma
Por mim
Cativada e entranhada.
Emoldurada em saudade cáustica
Está a mais intensa lembrança
Por mim
Arraigada e amada.
Dependurado está, na parede da ilusão,
O patenteado mais doce beijo
Por mim
Acolhido e compartilhado.
Nesta parede finco o prego da expiação
Onde em espera amena clamo
Por mim
Suspirando em comoção.
Que ao findar meus dias... que já foram nossos!
Este porta-retratos que nos porta,
Por tudo,
Simbolize nosso amor.
Nossa dimensão.
Nosso tantra.
Eu-Sou!