Panacéia

Ainda que houvesse o antídoto

Para exaurir o seu suor

E o seu cheiro

Não conseguiria abdicar a sua pele

Ainda que mudasse a receita do teu corpo

Conseguiria sentir o seu sabor

De creme de leite humano

O êxtase que mistura a pedra e a água

Tudo isso me torna um cigano

Do prelúdio ao epílogo

Numa eterna romagem

Habitando em cada pedaço de ti

Seus lindos olhos de Sanpaku

Anunciam a entrega afrodisíaca do desejo

Causando delírios inesperados

Fazendo-me revelar os momentos em que te amei

Hoje, tórrido e sedado

Intranhado pelo seu libidinoso veneno

Confesso que sem você não encontrarei

A panacéia para curar a minha loucura.

João Paulo Leal
Enviado por João Paulo Leal em 27/10/2019
Código do texto: T6780233
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