Panacéia
Ainda que houvesse o antídoto
Para exaurir o seu suor
E o seu cheiro
Não conseguiria abdicar a sua pele
Ainda que mudasse a receita do teu corpo
Conseguiria sentir o seu sabor
De creme de leite humano
O êxtase que mistura a pedra e a água
Tudo isso me torna um cigano
Do prelúdio ao epílogo
Numa eterna romagem
Habitando em cada pedaço de ti
Seus lindos olhos de Sanpaku
Anunciam a entrega afrodisíaca do desejo
Causando delírios inesperados
Fazendo-me revelar os momentos em que te amei
Hoje, tórrido e sedado
Intranhado pelo seu libidinoso veneno
Confesso que sem você não encontrarei
A panacéia para curar a minha loucura.