Teus olhos

Encantam-me teus olhos de noite profunda

Afável abismo em que me atiro... e morro

Não morro! Relutante, acordado e frio

Encantam-me teus olhos sombrios

E cantam-me teus olhos o badalar de sinos

Que tiram-me o sono em melodia inaudível

Não ouço, amor, mas sinto!

E cantam-me teus olhos infinitos

E contam-me teus olhos do brilho eterno

Que as estrelas, incautas, procuram obter

Nem Sirius, nem Vênus, nem eu. Você.

E contam-me teus olhos de inverno

Encontram-me teus olhos... Ah, desisto!

Saio da rima tremendo

Teus olhos me viram e me viraram do avesso

E agora? O que faço?