FUI EMBORA
No silencio da noite a não ser pelos
Trilar dos grilos
Sussurros das folhas retardo os meus
passos subitamente
Sinto no coração grande desolação
quedo-me
Olho para a janela da amada e a vejo
com seus brancos cabelos
O luar reflete em seu rosto em suas
veste de deusa grega
Os braços seu colo brancos perfeitos
radiante mais que a própria lua
Inclina a cabeça sem saber de minha
presença próxima
Suspira meu nome, depois cobri a
face com as mãos
Retenho o folego fico imóvel, ah como
a desejo
Tê-la nos braços cobri-la de beijos
também dizer seu nome
Minha carne pede seu corpo junto ao
meu, seda perolada
Mas não me movo apesar da paixão
do frenesi do coração
Ansiosamente baixo a cabeça e saio
lento pesaroso
Sem ruído caminho em sua direção
trêmulo
Recuo por entre as ruas retirei-me
de sua vida
Fui embora
ADELE PEREIRA
24/10/19