Paixão e Amor
Não se ama apenas com a pronúncia de doces palavras,
mas com ternos sentimentos.
Embora exista sedução nas aparências,
estas podem levar ao engano, pois nutrem os olhos,
Mas podem não alimentar o coração,
podem não ser naturais, mas meramente simuladas.
Em boa parte as paixões são alimentadas
pelo encanto das imagens que brotam na visão.
As paixões hão de ser sempre passionais,
parciais que são.
Não comungam com a conciliação.
Estão mais vinculadas aos impulsos dos velhos instintos
e o seu domínio sobre as emoções.
São posseiras dos corações, desequilibrando-os,
assumindo o papel do aparelho cerebral.
E assim é que se diz que “se está cego de paixão”.
Ela não quer ver, mas apenas sentir.
Paixão é filha do ego, assim é impulso de poder,
é necessidade de conquista, domínio e posse.
É atração, porém é luta
que envolve combate e dominação
para nutrir o orgulho e a vaidade.
Nos jogos da paixão
vence o jogador que dominar as artes da sedução
com astúcia e malícia.
Vive a paixão no plano mais superficial das emoções,
mas nem sempre atinge os sentimentos.
É ela desassossego e nunca paz,
é força física que às vezes entra
em confronto com o espírito,
Mas que, em outras, simplesmente o domina
e então não é apenas da carne, mas também da alma.
Assim, que não se estranhe encontrar a paixão
convivendo irmanada com intenso ódio.
Ela é caminho que sensibiliza para o amor
desde que a posse converta-se na renúncia do afeto.
Já o amor não convive com o ódio,
apenas o compreende, ensina-o,
pelo perdão, um dia ser amor.
O amor não é do corpo,
mas está no espírito, está nos sentimentos
e são por estes que chega às emoções.
Ele pode ser despertado pela paixão,
mas não pode ser criado por ela,
pois ela nada cria, apenas sensibiliza.
O amor é acúmulo de sensibilidade e,
portanto, vivência e evolução.
Só consegue sobreviver às artimanhas das paixões
quem tem dentro de si verdadeiro amor.
A paixão é tirânica, enquanto o amor, libertador.
A paixão é obstinação, o amor é perseverança.
E entre a obstinação e a perseverança
as diferenças são a paciência, a ética e o respeito.
A paixão é vontade determinada e egocêntrica,
o amor vontade serena e altruística.
O coração agita-se impulsivo na química das paixões,
mas bate cadenciado ante o fruir do amor.
A paixão não vive sem os sentidos,
seja para gozar os seus prazeres,
seja para reprimi-los.
O amor torna os sentidos mais agudos,
dá o prazer espiritual que vai além da sensação física,
pois aumenta e potencializa a intensidade dos sentimentos.
A paixão nos enche de necessidades
e por não satisfazê-las, por vezes torna-nos miseráveis.
O amor consola, dá fartura emocional,
nutre as necessidades, supre onde existem carências.
A paixão é sagaz e estonteante agitação,
o amor é nascimento oculto na morada do silêncio.
Entretanto, para nascer necessita da paixão
e esta para sublimar-se precisa do amor.
Mas amor existe desde a gênese.
A paixão é meio para descobri-lo,
mas depois pode ser muralha
para impedir de reencontrá-lo.
O amor é vida na eternidade,
a paixão é fugacidade da efemeridade
e, portanto, é limitada à expressão da vida.
Assim, pela paixão vivemos pelo corpo e o cotidiano;
pelo amor buscamos a alma e o reino celeste.
E quem está vivo apenas para o corpo
está morto para o espírito,
é cego para os bens da alma.
O amor é nascimento primevo,
mas é ressurreição para a vida do espírito
como meio da alma.
Mas que não enganemos
e condenemos a paixão pelo zelo
dos apaixonados pela moral.
A paixão é vida,
embora limitada ao instinto,
mas é caminho para o amor,
que é vida liberta pelo sentir da virtude.
E que não se escravize a virtude, a castidade do corpo,
pois acima de tudo é pureza do espírito.
A vida é para ser vivida e não rejeitada,
entretanto é instrumento de aprendizado e não o fim.
A paixão é etapa evolutiva do crescimento da alma,
o amor é a sua sublime conquista evolutiva.
mas com ternos sentimentos.
Embora exista sedução nas aparências,
estas podem levar ao engano, pois nutrem os olhos,
Mas podem não alimentar o coração,
podem não ser naturais, mas meramente simuladas.
Em boa parte as paixões são alimentadas
pelo encanto das imagens que brotam na visão.
As paixões hão de ser sempre passionais,
parciais que são.
Não comungam com a conciliação.
Estão mais vinculadas aos impulsos dos velhos instintos
e o seu domínio sobre as emoções.
São posseiras dos corações, desequilibrando-os,
assumindo o papel do aparelho cerebral.
E assim é que se diz que “se está cego de paixão”.
Ela não quer ver, mas apenas sentir.
Paixão é filha do ego, assim é impulso de poder,
é necessidade de conquista, domínio e posse.
É atração, porém é luta
que envolve combate e dominação
para nutrir o orgulho e a vaidade.
Nos jogos da paixão
vence o jogador que dominar as artes da sedução
com astúcia e malícia.
Vive a paixão no plano mais superficial das emoções,
mas nem sempre atinge os sentimentos.
É ela desassossego e nunca paz,
é força física que às vezes entra
em confronto com o espírito,
Mas que, em outras, simplesmente o domina
e então não é apenas da carne, mas também da alma.
Assim, que não se estranhe encontrar a paixão
convivendo irmanada com intenso ódio.
Ela é caminho que sensibiliza para o amor
desde que a posse converta-se na renúncia do afeto.
Já o amor não convive com o ódio,
apenas o compreende, ensina-o,
pelo perdão, um dia ser amor.
O amor não é do corpo,
mas está no espírito, está nos sentimentos
e são por estes que chega às emoções.
Ele pode ser despertado pela paixão,
mas não pode ser criado por ela,
pois ela nada cria, apenas sensibiliza.
O amor é acúmulo de sensibilidade e,
portanto, vivência e evolução.
Só consegue sobreviver às artimanhas das paixões
quem tem dentro de si verdadeiro amor.
A paixão é tirânica, enquanto o amor, libertador.
A paixão é obstinação, o amor é perseverança.
E entre a obstinação e a perseverança
as diferenças são a paciência, a ética e o respeito.
A paixão é vontade determinada e egocêntrica,
o amor vontade serena e altruística.
O coração agita-se impulsivo na química das paixões,
mas bate cadenciado ante o fruir do amor.
A paixão não vive sem os sentidos,
seja para gozar os seus prazeres,
seja para reprimi-los.
O amor torna os sentidos mais agudos,
dá o prazer espiritual que vai além da sensação física,
pois aumenta e potencializa a intensidade dos sentimentos.
A paixão nos enche de necessidades
e por não satisfazê-las, por vezes torna-nos miseráveis.
O amor consola, dá fartura emocional,
nutre as necessidades, supre onde existem carências.
A paixão é sagaz e estonteante agitação,
o amor é nascimento oculto na morada do silêncio.
Entretanto, para nascer necessita da paixão
e esta para sublimar-se precisa do amor.
Mas amor existe desde a gênese.
A paixão é meio para descobri-lo,
mas depois pode ser muralha
para impedir de reencontrá-lo.
O amor é vida na eternidade,
a paixão é fugacidade da efemeridade
e, portanto, é limitada à expressão da vida.
Assim, pela paixão vivemos pelo corpo e o cotidiano;
pelo amor buscamos a alma e o reino celeste.
E quem está vivo apenas para o corpo
está morto para o espírito,
é cego para os bens da alma.
O amor é nascimento primevo,
mas é ressurreição para a vida do espírito
como meio da alma.
Mas que não enganemos
e condenemos a paixão pelo zelo
dos apaixonados pela moral.
A paixão é vida,
embora limitada ao instinto,
mas é caminho para o amor,
que é vida liberta pelo sentir da virtude.
E que não se escravize a virtude, a castidade do corpo,
pois acima de tudo é pureza do espírito.
A vida é para ser vivida e não rejeitada,
entretanto é instrumento de aprendizado e não o fim.
A paixão é etapa evolutiva do crescimento da alma,
o amor é a sua sublime conquista evolutiva.