O que você é?
Não quero saber das suas viagens , das festas que frequenta, do preço da sua comida. Nada disso me importa, embora eu fique feliz por viver como deseja.
Você é livre, e, ainda que não concorde com uma palavra do seu discurso, vou defender até a morte, até desencarnar, para melhor me expressar, o direito de dizê-las. O filósofo Voltaire tinha razão.
Quero saber, para caminharmos juntos, para que direção olha seu coração, se a dor do teu próximo é sua também. E se dói apenas a ponto de se comover ou de se mover. Sentir ou agir. Se tua empatia pelo semelhante é verbo ou substantivo.
Quero saber não somente das lágrimas que já derramou pelas dores do mundo que tanto criticamos. Mas que é o reflexo de cada um de nós. Quero saber também e principalmente das lágrimas que enxugou em silêncio. Não para parecer bom, mas porque a bondade não cabendo mais dentro de você precisou sair.
Quero saber se é feliz e grato. E desejo que seja feliz ainda quando triste e num mundo de coisas tristes. Porque assim terá entendido que este é um estado da alma e independe de bens materiais. E desejo que seja grato, mas que não faca alarde disso, querendo parecer grande aos olhos dos outros. E quando seja não apenas nos bons momentos, mas sempre. Pois a vida é uma imensa escola e a dor é seu método pedagógico.
Quero saber de sua imensa dedicação para consuistar seus títulos acadêmicos. Mas, acima de tudo, a quem eles servem. Pois eles não valem a minha alma como índice de erudição. Mas como um investimento em favor de ti mesmo, dependendo como use esses conhecimentos em favor do teu próximo. Eles não tem tornam grande e nobre pelo que sabe, mas pelo que faz e como faz.
Quero saber o que você é, de que material é feito sua alma! E não quem você é.
Rodinei Moura