AMOR (DES)CONHECIDO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Porque não se ama o conhecido
Que já se conhece pela fala e abraço
Diferente do cheiro, visão e beijo desconhecido
Terreno tão movediço e sem regaço.
Porque não amas teu irmão
Teu sangue, o conhece e sente
Pela pele e a voz como refrão
E amas o desconhecido da mente.
Quem é o desconhecido
E mesmo assim tu amas
Se pobre ou enriquecido
Toma posse e não reclamas.
Em vez de amar o desconhecido
Ama primeiro teu irmão de sangue ou não
Este sim é teu viajante conhecido
Ele divide contigo a vida, a terra e o pão.
É falso dizer que amas a Deus
Sem conhecê-lo em corpo e alma
Se não conheces os irmãos teus
Que matas quando perdes a calma.