INEVITÁVEL
Desci do meu jumento
E me rendi
Ao inevitável momento
Em que a seda dilacerada
Revelou o que ainda
Em oculto estava
Enquanto miravas teu sol
Esquentavas minha lua
Que brilhava
Ao alcance da noite
Que calava
Sem sombra
Sem anel
Onde o único troféu
Era o divino veludo
Que vestia a carne
Onde dois
Tornavam-se
Uma ùnica unidade
Com toda a intensidade
Que residia entre minhas paredes
Onde ecoavam a verdade
Enquanto me tornava uma tocha
Agarrava inútilmente
Os lençóis delicados
Que pareciam contagiados
Com o meu calor
O sal do teu mar
Se esvaía das tuas cavernas
Alcançando minha tramela
Levando nossas cachoeiras
A se encontrarem
Formando um rio entre os montes