Amanhecer

Jamais será doce

O gosto do teu pranto

Em minha boca!

Teus olhos sucumbem

Ao gélido abraço da tristeza

E mesmo em meus braços

Os perco de vista...

Me perco à tua vista

(O espectro do que és de fato!)

E arranca meus olhos

A dor dos teus olhos...

Mas tudo passa...

O martírio se faz sabedoria

A noite longa e ácida se faz manhã

A boca imóvel e inexpressiva

Outra vez se faz sorriso... Radiante!

E não somente me refiro

Ao sorriso que, por vezes,

É visto em tuas palavras,

Mas principalmente o que

Se esconde em tuas entrelinhas

Não apenas o que vejo,

Por vezes, em tua bela face,

Mas também aquele que não vejo,

Oculto em teus atos mais sutis

Pois tudo passa...

E jamais será doce

O gosto do teu pranto

Em minha boca!

(Claudiomar) 07/10/2019

Claudiomar
Enviado por Claudiomar em 08/10/2019
Reeditado em 08/10/2019
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