maresia

meu coração transmuta-se em areia

quando tu somes, vagaroso e morno

tal qual brisa marcada de mil verões

para longe da cama que nos é ninho

desce e sobe a impavidez da costa

submissa ao temperos de teu mar

aguardo silenciosamente tua chegada

para arrastar-me consigo ao azul puro

onde estás?, minha voz volta da pedra

áspera e fervente do sol mediano

grito a desaparecer na rebentação

após beijar-me com lábios de espuma

tu desapareces na alta e fria maré

a deixar-me banhada de teu amor...

Zéfiro Alves
Enviado por Zéfiro Alves em 07/10/2019
Código do texto: T6763377
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