maresia
meu coração transmuta-se em areia
quando tu somes, vagaroso e morno
tal qual brisa marcada de mil verões
para longe da cama que nos é ninho
desce e sobe a impavidez da costa
submissa ao temperos de teu mar
aguardo silenciosamente tua chegada
para arrastar-me consigo ao azul puro
onde estás?, minha voz volta da pedra
áspera e fervente do sol mediano
grito a desaparecer na rebentação
após beijar-me com lábios de espuma
tu desapareces na alta e fria maré
a deixar-me banhada de teu amor...