Por Entre Cacos

O que há dentro deste oco

tanto desespero incontido

a fúria deste que vos lê

semente morta sem sentido

O que tenho neste vaso fúnebre

e que me traz ambiguidades

olho e vejo tantos de mim

espalhados...vermes decepados

Emborquei todos meus mistérios

nesta noite inconsequente e pura

com meus olhos olhei a rua

no coração disparou meus medos

Sou um caçador de desventuras

sou meu próprio algoz

retalho-me como as faces da lua

e a tua mão não me deixa só

Esta chama é tudo que me resta

esta mão insana, este inverno

estou sempre neste inferno

a alma quente neste mar de lama

Viver é andar em cacos de vidro

o corpo segue a frente indeciso

a alma tua é só suicídio, mas nosso

olhar vislumbra o desconhecido

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 07/10/2019
Código do texto: T6763158
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