Um poema de amor aos meus 36 anos
De repente acordei
E me vi com quase quarenta
Mais jovem do que sonhei
E tão rabugento como se tivesse oitenta!
Pela janela o sol entrava
E meu rosto iluminava
De certo na cama ela não estava
Havia fugido da minha vida
Anos atrás anunciou sua partida.
Vivi cada dia sem ela
Sempre lembrando a despedida
Ela de maneira tão singela
Nunca me escreveu!
Eu escrevi
Só não entreguei
Tão pouco falei
Só com minha solidão
Fiz do amor canção
Que no rádio tocava sem solução
E cada acorde era triste
Momento assim não existe
Nem mesmo um instante
Só no canto da cama
Lágrimas no meu semblante
Já não contenho a saudade
Do perfume
Da companhia
De tudo que presume
E de quando fazia poesia
Ela era minha juventude
Minha música que tocava
A alegria que me banhava
Era ela...
Agora ela é lembrança
Um momento na infância
Que se foi
E sozinho me deixou.
Agora com meus 36 anos
Escrevo poemas e canção
Faço companhia para solidão
E assim termino meu poema de amor
Sem solução!