Líquido escuro.

Eu faço um corte em meu coração,

A cada batimento, sai um líquido escuro.

Há algo lá dentro, tentando respirar.

Algo que não considerou a profundidade…

Existe um líquido puro e cristalino,

Lá no fundo, bem lá no fundo.

Então, eu despejo o meu coração,

Para tentar tirar o que está se debatendo.

Eu sei que há uma efígie sua.

Nada além da carcaça de um fantasma.

Praticamente consumido pelo líquido escuro,

Eu nem me lembro mais o que eu enxergava em você.

Você havia partido o meu coração,

Aos poucos, ele se recupera e cicatriza.

Restou apenas o líquido escuro, das coisas que eu me obriguei a absorver.

Eu a fiz sorrir e não me arrependo.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 02/10/2019
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T6759436
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